::Contos e Cantos nos Caminhos do Estro ::: 27 de mar. de 2007

terça-feira, 27 de março de 2007

PALHAÇO

Quanta alegria
Quanta emoção
Traz o palhaço
Ao coração.

A vida é bela,
É colorida.
Viva mui bem
O seu papel...

Seja tambem
Um bom palhaço
A platéia não quer Fracasso...

TRANSFORMAÇÃO


Neste grande picadeiro,
Nunca fui acrobata,
Sempre fui mágico
Ou "ponto" de comédia.

Fiz mágicas, espetaculares:
Transformei pétalas em borboletas,
Transformei vagalumes em estrelas,
Um raio de luz em sol.

Fracos em corajosos,
Pequenos em grandes personagens,
Néscios em poderosos,
Menos amigos em amigos...

Casebres em mansões...
Foram tantas emoções!

Minha lira vibrou
E vibrou.

Hoje, palhaço sou...

FECHANDO O CÍRCULO

Fiz poemas com vários temas
Aonde o estro me levou.
Fiz poemas aos esquecidos
E aos que nunca se lembraram de lembrar...
Fiz até para os que não quiseram poesia!
Fiz para flores que murchavam a cada dia
(guardo pétalas)
Fiz à aqueles que nunca amaram
(guardo um sorriso)
Fiz às crianças que choram
(guardo a piedade)

À deusa das deusas:
Minha MÃE que eu tanto quis
E me tornou feliz!
Aos pobres animais tão esquecidos...
Ao amigo "irmão camarada"
Que sempre me deu a mão nesta jornada.
Poemas aos "milhões de amigos"
E até ao R.C com seu canto,
Que alegra este recanto com sua melodia.
Fiz poema a um imaginário querubim.
Fiz poesias à frutas e flores.
À nuvem que passa, à várias emoções.
Poemei com leonídeas.
A lua, ao sol, a cães e gatos.
Não sei mais o que faço...
Só sei que tudo ficou gravado no espaço...
Fiz poemas a toda gente, aos meus parentes.
Aos pássaros. Aos viandantes.
Às minhas coleções.
Aos amigos de outras Terras.
Fiz poesias com temas tão pueris.
Fico pensando, até, que a poesia achou graça!
Enfim, tudo envolto no éter do espaço.
Será que as antenas captam tudo o que eu faço?

OLIMPO

Tempos tão ancestrais...
Inspirei-me nesses tempos.
E nem sei se as vozes dos rempos
Trazem risos ou trazem ais.

Meu canto ancestral
Foi nas asas de ÍCARO
E os tempos cruzou.
Bebeu água da aganape
E dela se inspirou:

Diana, Vênus, Minerva, convocou
E outros que de lá vieram,
Desceram do OLIMPO
Para ajudar-me nos versos...

AUSTER, o vento sul,
Nostálgico chegou. Veio
Cercado de nuvens e névoas
Contou das tristezas que viu.
E voltou.

Depois, chega EURU, jovial,
Arebatador, grandes ideais.
Voou à procura de flores,
À procura de amores
Apesar dos temporais.

ZÉFIRO trouxe-lhe as flores
E o riso da vitória
Para EURU que muito viveu
E contou-me sua história...

Veio também MINERVA,
Mas, nada explicou...
Diz o ESTRO:
É um poema ou um complô?
Para isto fui convocado?

E o ESTRO contrariado
Partiu nas asas de ÍCARO.
Para o OLIMPO regressou.

IMPRESSIONISMO

Este quadro é a paz da tarde:

O cão dorme tranquilo,
Na varanda que dá para o quintal,
Ao lado de flores e alecrim...

As folhas dançam suavemente,
Ao vento leve do verão,
Cigarras cantam o canto da morte...

Ao longe, ouve-se badaladas
Da Ave-Maria
Os pássaros recolhem-se aos ninhos
Os bem-te-vis voam ligeiros...

Bem-te-vi, canta um deles
"Ti-vi-ti-vi", responde o filhotinho.
O sol no poente ARDE!
E se oculta na paz da tarde...

E O SONHO CONTINUA


A margarida querida
Convidou a primavera
Juntaram-se a umas eras
E foram visitar.

Tulipas, miosótis, violetas.
Quedaram-se
Ouvindo as trombetas
De Jericó...

Depois da grande visita
Tudo se renovou
Chegou outra primavera
Outros sonhos de quimera
E tudo se transformou.

As flores se juntaram:
Entre pedras floresceram

E pedras se levantaram...
Outros sonhos feneceram
Trombetas não troaram.
Cidade toda nua
E o sonho continua.

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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.


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